TÍTULO I – DOS OBJETIVOS
ARTIGO 1º - Os objetivos do presente Regimento Interno são regulamentar o funcionamento do TEMPLO ESPIRITUALISTA DE UMBANDA CASA DE CABOCLO, normatizar o comportamento dos Médiuns, Dirigentes e Assistência, bem como o relacionamento entre as instâncias organizativas e religiosas, explicar procedimentos para o exercício pleno dos direitos e deveres dos associados e criar mecanismos de controle, de acompanhamento e de sanções, na atuação dos integrantes do Corpo Mediúnico, dos Conselhos Deliberativo e Fiscal e da Diretoria Executiva, buscando a maximização dos resultados nas ações religiosas e institucionais desenvolvidas pelo TEMPLO ESPIRITUALISTA DE UMBANDA CASA DE CABOCLO
Parágrafo 1º – O presente Regimento Interno complementa as orientações e normas constantes do Estatuto Social da Sociedade.
TÍTULO II – DAS ORIENTAÇÕES RITUALÍSTICAS
ARTIGO 2º – Preparação para as Giras
1 - Semanalmente os Médiuns poderão acender uma vela branca para o seu Anjo de Guarda, no dia da semana correspondente ao seu Orixá – Pai/Mãe-de-cabeça, conforme a tabela constante no ARTIGO 9º.
2 – Existe a necessidade de preparação para a Gira, assim 24 horas antes dos trabalhos mediúnicos os Médiuns não deverão ingerir nenhum tipo de bebida alcoólica, comer carne de animais e tampouco manter relações sexuais.
3 - A alimentação deve ser leve, ingerindo preferencialmente frutas, verduras e legumes, em hipótese alguma comer carne de animais.
4 - No dia da Gira, os Médiuns deverão acender uma vela branca para o Anjo de Guarda ao chegar no terreiro e fazer seu banho de descarrego, que é feito após a higiene pessoal, jogando-se o produto da infusão das ervas sobre os ombros (sempre dos ombros para baixo), para fazer a limpeza do campo magnético e eliminar as energias negativas.
ARTIGO 3º – Calçado
1 – A área de Gira do Terreiro é solo consagrado, assim, deverá ser evitado o uso dos mesmos calçados com os quais se veio da rua, por isso, os médiuns deverão ter um calçado só para uso nas giras ou deverão preferencialmente estar descalços.
2 – Recomenda-se a utilização de alpargatas brancas com sola de sisal (corda) que não isolam o médium da energia emanada do campo de força que é o solo do Terreiro, devendo ser evitados outros calçados, principalmente com sola de borracha ou plástico, que são isolantes.
ARTIGO 4º – Saudações
1 - Na chegada ao Terreiro, deverão ser saudados os assentamentos dos Exus, que fazem a guarda e a proteção do nosso Terreiro, das Giras e de todos os freqüentadores durante os trabalhos.
2 – Logo na entrada do Terreiro, fica a Tronqueira – Casa de Exu, onde encontram-se as firmezas de Exu Tranca Ruas,responsável pela guarda de entrada de todos os Terreiros de Umbanda.Neste local, deve-se fazer a saudação, pedindo licença para entrar.
Saudações para Exu: Laroyê Exu, Mojubá, cruza as mãos e toca os punhos.
3 - Ao entrar no Terreiro propriamente dito (área de Gira), com o dorso da mão direita, deve-se cruzar o chão (formando uma cruz), pedindo licença e permissão para entrar no Terreiro e em seguida bater o dedo três vezes na cabeça, primeiro entre as sobrancelhas (fronte), depois acima da orelha (lóbulo parietal) e por último no final da cabeça, início da nuca (lóbulo occipital), com o objetivo de harmonizar os planos físico, perispírito e espírito.
6 - A mesma saudação deve ser feita no centro do Terreiro, onde estão os elementos de sustentação e o portal astral da casa. À frente localiza-se o “congá”, onde ficam as imagens dos santos católicos pelos quais os Orixás são sincretizados, firmezas e guias espitiruais.
7 – O Meio do Terreiro, ou seja, médiuns que tem funções de organização, orientação e de condução dos trabalhos, além dos dirigentes, Pai ou Mãe–de-Santo, é composto por Pai ou Mãe Pequena, pelos Capitães, pelos Ogãns e pelos Cambones. O filho de corrente quando chega ao Terreiro, deve cumprimentar os integrantes do Meio pedindo “BENÇÃO” (A sua benção), beijando a mão dos mesmos e eles lhe responderão; “MEU PAI/MINHA MÃE TE ABENÇOE”
Deve-se pedir a benção sempre que encontrar os Pais ou Mães-de-Santo do Terreiro e seus padrinhos carnais.
ARTIGO 5º – Dúvidas
Quando o Médium tiver qualquer dúvida sobre o seu desenvolvimento mediúnico, sobre o ritual ou sobre os trabalhos, deverá esclarecer preferencialmente com o seu Pai ou Mãe-de-Santo ou com algum dos demais integrantes da hierarquia.
Parágrafo 1º – Embora exista muita informação sobre a Umbanda na Internet e em livros, existe também muita diversidade de ritos e cultos, o que pode confundir, principalmente os médiuns novos, assim a filosofia de trabalho do Terreiro é definida pelo Diretor de Terreiro, com base na sua “raiz” religiosa e aplicada pela sua hierarquia e demais médiuns.
ARTIGO 6º – Durante a Gira
1 – Ao iniciar a Gira, com as firmezas feitas, os membros da corrente já em seus lugares, junto com a hierarquia, começam a rezar, momento este de grande importância para a firmeza que o Pai de Santo faz e logo após os pontos cantados.
2 - Todos deverão perfilar-se no seu lugar na corrente, mantendo sempre uma atitude de respeito, cantando e dançando com toda a vontade (Umbanda é som e movimento). Os pontos cantados são mantras que energizam positivamente o ambiente, potencializando as energias para ali canalizadas.
3 - Os médiuns que chegarem atrasados deverão aguardar a permissão de um dos membros da hierarquia para a sua entrada. Recebida a permissão, o médium deverá “bater a cabeça” no “pano de cabeça” do Pai ou Mãe-de-Santo que estará colocado em frente ao “congá”, cumprimentará os membros da hierarquia e se posicionará na corrente.
4 - Os médiuns não podem sair para comer, fumar ou conversar durante a Gira. Para isso, existe o intervalo. Para ir ao banheiro o médium deve avisar um membro da hierarquia.
Parágrafo 1º – É terminantemente proibido aos médiuns:
1 - Estimular a incorporação de outros médiuns da corrente ou da assistência (puxar os irmãos de corrente)
2 - Dar consulta durante a vibração, limitando-se aos passes, que devem ser rápidos, de forma a possibilitar que aquelas pessoas da assistência, mais necessitadas, recebam-no.
3 - Os médiuns que estão em desenvolvimento, quando incorporados, deverão estar em movimento, produzindo e ampliando a energia do Terreiro, procurando aprimorar o seu desenvolvimento.
Parágrafo 2º – Atentar para o fato que antes e acima de tudo, TEMPLO ESPIRITUALISTA DE UMBANDA CASA DE CABOCLO é um templo religioso, aonde inúmeras pessoas vão buscar ajuda, e em muitos casos esta é a última alternativa desses irmãos. Assim a postura dos médiuns da corrente e a forma como se comportam, falam ou gesticulam, além de servir como exemplo, podem estimular ou não a confiança daquele irmão que foi buscar auxílio para os seus problemas.
Parágrafo 3º – As Giras se dividirão em duas partes com um rápido intervalo entre elas, na primeira são realizados os ritos de abertura e firmeza dos trabalhos e o “passe para a assistência”, na segunda serão dadas consultas individuais aqueles integrantes da assistência que assim desejarem.
Durante a vibração para a assistência, não se faz consultas, apenas vibrações. Os médiuns não deverão tocar nas pessoas, apenas, passar a vibração com a impostação das mãos e em hipótese alguma poderá ser tocado as mãos sobre o “chacra coronário”, o chacra da coroa, o “ori”, que localiza-se no topo da cabeça.
As Entidades que utilizam charutos neste momento dos trabalhos não deverão levá-los para o meio dos consulentes (assistência) diminuindo assim a possibilidade de queimaduras nos consulentes.
Parágrafo 4º – Caso alguém da assistência incorpore, deve-se solicitar que permaneça no local onde está, permitindo a incorporação apenas para descarregar o “cavalo” e após subir. Não se admite a incorporação prolongada e em hipótese alguma ficar atendendo juntamente com os membros da corrente.
Parágrafo 5º – É necessário que todos estejam focados e concentrados na Gira para não ocorrer queda da energia vibratória na corrente o que pode atrapalhar o andamento dos trabalhos. Mesmo os Médiuns não incorporam têm um papel fundamental na sustentação da energia da Gira, “a corrente mediúnica depende de cada um dos seus elos”.
Parágrafo 6º – A incorporação, vibração ou qualquer outra manifestação espiritual ou anímica em crianças até 12 anos é terminantemente proibida.
Parágrafo 7º – A Incorporação, vibração ou qualquer outra manifestação espiritual ou anímica em jovens com idade entre os 13 anos e os 18 anos deverá ser assistida/acompanhada pelo Pai-de-Santo da Gira, sendo terminantemente proibido a utilização de fumo e bebidas alcoolicas.
Parágrafo 8º - A Incorporação em outra casa gera expulsão imediata do TEMPLO ESPIRITUALISTA DE UMBANDA CASA DE CABOCLO, entendendo-se que a energia gerada em cada casa tem fundamento, ordem e acompanhamentos específicos. Desta forma, não há advertência, o afastamento é inevitável.
ARTIGO 7º – Cambones
1 - Os Cambones são auxiliares das Entidades e dos Médiuns quando incorporados e principalmente fiscais do Terreiro.
2 – A função dos Cambones, auxiliando as Entidades no Terreiro é de uma importância muito grande para o desenvolvimento e aprendizado mediúnico, por isso, a orientação do Diretor de Terreiro é de que todos os médiuns exerçam a função, como forma de obter o aprimoramento dos seus conhecimentos.
3 - Em caso de dúvida, quanto a “o quê, como, quando e onde fazer”, o procedimento indicado pela Entidade, deverá ser esclarecido com a mesma, evitando desta forma que o consulente possa sair com dúvida e acabar por realizar alguma coisa errada.
4 - Os Cambones deverão colaborar com o Médium e com a Entidade incorporada, preparando, organizando, servindo e guardando os materiais de uso da Entidade antes, durante e após os trabalhos.
5 - Deverão manter a sintonia espiritual e a sua concentração durante as consultas e trabalhos realizados pela Entidade.
6 - Não se admite outra postura que não seja de honestidade e sigilo absoluto, guardando como “segredo confessional” tudo o que for dito e ouvido durante a consulta.
7 - Os Cambones deverão prestar atenção às consultas para que não seja infringida nenhuma norma ou regulamento da casa, comunicando qualquer irregularidade à hierarquia e/ou conforme o caso ao Pai ou Mãe-de-Santo, por isso não deverá incorporar, exceto quando autorizado pela Entidade a quem estiver atendendo ou ao final das consultas para “descarregar a energia”.
8 - Os Cambones não deverão deixar de ouvir, mesmo que por solicitação do consulente, as consultas feitas às Entidades e as respostas dadas. Em caso de determinação da Entidade para se afastar durante uma consulta, avisar imediatamente ao Pai ou Mãe-de-Santo ou a Entidade que nele estiver incorporada.
9 - Durante a vibração deverá ficar atento à Entidade e ao trabalho que ela realiza, sem contudo ficar ao lado da Entidade, lembrando sempre que na vibração admite-se somente o “passe”. Para consulta existe o horário específico.
10 - Ao locomover-se pelo ambiente do ritual, não furar nem costurar a corrente, evitando trombar com os médiuns.
11 - Assim que as Entidades incorporarem em seus “cavalos”, deverão fazer as devidas saudações (Terreiro, Entidade chefe do trabalho e hierarquia) e riscar o ponto, caso isto não aconteça, os Cambones deverão buscá-las, conforme determinação do Diretor de Terreiro.
12 – Após a Entidade riscar o ponto (nesse momento a Entidade deverá estar servida com todos os itens acima), o Cambono deverá chamar as consultas da assistência na ordem que for determinada pelo Pai ou Mãe-de-Santo da Gira.
13 - Os Cambones não deverão em hipótese alguma selecionar consultas, aproveitando da função para consultar parentes e amigos, deverão seguir rigorosamente a ordem de chamada formada pelos responsáveis por organizar as consultas.
14 - O Cambones terão que ter um material de apoio (kit Cambono) composto de papel, caneta e papeletas para descrição do material para eventuais trabalhos de meio (que deverão ser entregues a membro da hierarquia para verificação).
15 - As consultas dos filhos de corrente deverão ser previamente marcadas com a hierarquia do Terreiro e informadas para o responsável, que orientará o atendimento.
16 - Durante os trabalhos, os Cambones não deverão manter conversas com os Médiuns da corrente, tampouco com a assistência.
17 - Os Cambones deverão estar atentos para agilizar as consultas, prestando atenção no tempo de duração e não permitindo que se estenda desnecessariamente, evitando também que o consulente se repita ou queira consultar por outras pessoas que não estão presentes. Precisam ter o discernimento para entender a diferença entre – por exemplo – uma mãe que vai ao Terreiro consultar uma Entidade sobre um problema que na realidade é de seu filho, daquela pessoa que após falar exaustivamente de seus problemas ainda quer que a Entidade resolva ou responda as perguntas encomendadas pelo vizinho, pela amiga ou pela comadre.
18 - Os Cambones não podem opinar nas consultas, a não ser que sejam solicitados, buscando prestar atenção para poder repetir os ensinamentos das Entidades para esclarecimento do consulente, ou para relatar qualquer situação constrangedora para a hierarquia.
19 - Ao final das consultas a Entidade deverá “descarregar” o seu cambono e subir. (não significa que este tenha que incorporar).
20 - Assim que a Entidade subir, os Cambones deverão apagar as velas do ponto (não assoprar – molhar a ponta do dedo e apagar apertando o pavio) e somente ao final dos trabalhos descarregar o ponto, procedendo desta forma:
20.1 – Com a Entidade incorporada:
Pedir licença à Entidade e solicitar orientação com relação às sobras de material utilizado.
20.2 – Sem a Entidade incorporada:
Jogar o resto da bebida sobre o ponto em forma de cruz ou cruzar o ponto com álcool ou pinga, retirar os utensílios permanentes, lavá-los e guardar, descarregar no lixo o material restante e por fim lavar a tábua.
21 - Equívocos mais comuns ocorridos com Cambones:
21.1 – Manter a tábua com o ponto riscado sem descarregar.
21.2 - Cruzeiro é a Cruz das Almas nos cemitérios, não confundir com encruzilhada, que é o cruzamento de duas ruas, que pode ser em “+” (indicada para entregas para Exus) e em “T” indicada para entregas para Pomba-Giras.
21.3 - Sempre que houver a necessidade do consulente acender velas, explicar corretamente onde isto deverá ser feito.
21.4 – Manter as velas acesas no ponto, após a subida da Entidade.
Parágrafo 1º – Os médiuns que tem função de Cambono de Entidade, deverão perfilar-se juntamente com os demais Médiuns da corrente ao iniciar a Gira e na volta do intervalo, assim a material das Entidades deverão ser separados/arrumados previamente.
ARTIGO 8º – Trabalhos de Meio
1 – Os médiuns da corrente deverão atentar para uma maior concentração e atenção durante os trabalhos de meio, pois nestes momentos a energia do Terreiro, da corrente e de cada médium é essencial para que todos aqueles que procuram ajuda, possam consegui-la.
2 - Todos os “trabalhos de meio”, quando indicados pela Entidade, deverão ser informados ao membro da hierarquia responsável, com a informação do nome do consulente, o motivo e o material solicitado. Qualquer trabalho de meio só pode acontecer com autorização da Entidade Chefe presente no terreiro.
2.1 - Deverão ser realizados no meio do terreiro, ao final dos atendimentos das consultas do dia, ou em momento apropriado, não devendo ser muito demorados.
3 - Os Cambones somente poderão ser “usados” nos trabalhos de meio em caso de extrema necessidade e com autorização da Entidade Chefe.
3.1 - Os Cambones deverão preparar previamente todo o material necessário, deixando-o em local de fácil acesso para a Entidade, não sendo necessário aguardar ordem da Entidade para acender as velas, desde que o ponto já esteja riscado e pronto para o trabalho.
4 - A Entidade que estiver fazendo o trabalho será “responsável” pelos “eguns” e/ou “trevosos” que incorporarem em conseqüência do trabalho, mas se sentir necessidade poderá solicitar o apoio dos capitães e/ou das Entidades do Pai/Mãe-de-Santo.
5 - Ao terminar o trabalho, a Entidade deverá orientar claramente ao consulente e ao Cambone a destinação dos materiais utilizados e a forma, local e momento apropriado de entrega destes.
6 - Após o término do trabalho, as velas deverão ser apagadas, o ponto descarregado ou entregue, e o material usado destinado conforme as orientações da Entidade, efetuando a limpeza do local.
7 – Trabalhos de meio sem autorização, privilégio para atendimento de pessoas conhecidas ou chamar consulentes na assistência são motivos para o Médium deixar o Terreiro após aprovação do Conselho e do Pai ou Mãe-de-Santo.
ARTIGO 9º – Guias
1 – Cada médium deverá possuir para o seu uso pessoal durante os trabalhos um mínimo de 04 guias para auxiliar na segurança e proteção. Uma delas é a de Oxalá (angariada no Batismo), a outra é correspondente ao seu Pai/Mãe-de-cabeça, (Amaci) outra é a do Anjo de guarda(Deitada de Anjo) e a quarta somente para uso nas giras de Esquerda (Exu).
2- Além das Guias, os Médiuns deverão portar faixa na cintura na cor do Pai/Mãe-de-cabeça e o pano de cabeça. Nas Giras de esquerda será necessária também uma faixa na cor vermelha, assim os filhos de Ogum, deverão ter duas faixas para utilização em cada uma das Giras.
TÍTULO III – DAS ORIENTAÇÕES ADMINISTRATIVAS
ARTIGO 10º – Cadastramento
Todos os médiuns participantes das Giras do TEMPLO ESPIRITUALISTA DE UMBANDA CASA DE CABOCLO deverão preencher uma ficha para cadastramento dos seus dados pessoais junto ao Terreiro.
Parágrafo 1º – É necessário para dimensionar corretamente a arrecadação das mensalidades, em função dos custos inerentes ao funcionamento do Terreiro, tais como : Aluguel, Água, Luz, IPTU, despesas com material de limpeza e higiene pessoal.
Parágrafo 2º – As informações constantes do cadastro do médium deverão ser alteradas e/ou atualizadas a cada mudança nas informações anteriormente prestadas, ou anualmente para confirmação dos dados.
Parágrafo 3o - A ficha de cadastro só será aceita quando entregue fotocópia de comrpovante de endereço e documento de identidade.
ARTIGO 11º – Contribuição mensal
Todos os médiuns deverão contribuir mensalmente com um valor em reais, a ser definido pela Direção Executiva, em conjunto com o Diretor de Terreiro, que será utilizado para o pagamento das despesas de funcionamento (Aluguel, IPTU, energia elétrica, água e etc.) e administrativas do TEMPLO ESPIRITUALISTA DE UMBANDA CASA DE CABOCLO
Parágrafo 1º – É necessário buscar a conscientização de todos para a manutenção das mensalidades em dia, uma vez que o Terreiro tem a figura jurídica de uma associação, e como tal, não deve existir a isenção das mensalidades em afastamentos, uma vez que os serviços prestados continuam a disposição de todos e só não são utilizados por opção e/ou decisão de ordem pessoal.
Parágrafo 2º – Por ser uma associação, o Terreiro tem que ter uma diretoria, com prazo de mandato, eleita em assembléia geral, e só podem participar (votar e ser votados) associados em dia com as mensalidades.
Parágrafo 3º – O acerto das mensalidades deverá ser feito IMPRETERÍVELMENTE até o dia 15 de cada mês, acompanhado de relação atualizada dos Médiuns componentes da Gira, onde esteja claramente marcada (negrito, cor diferente) a mensalidade que está sendo repassada, ao lado do nome de Médium. Deverá ser possível identificar qual o Médium, o valor e a qual mês refere-se a mensalidade repassada. Portanto, o valor total repassado será igual ao valor da mensalidade multiplicada pelo número de médiuns que pagaram.
Parágrafo 4º – Os Médiuns que estiverem em atraso nas mensalidades, a partir da 3ª mensalidade vencida, não poderão participar das Giras, salvo com expressa autorização da Direção Executiva do Terreiro, após análise dos motivos alegados.
Parágrafo 5º – Mensalmente, nas reuniões ordinárias da Direção Executiva serão analisadas as ocorrências dos Parágrafos 1º e 5º e comunicadas as deliberações.
ARTIGO 12º – Materiais
Mensalmente serão solicitados materiais (velas, bebidas, etc.) para a manutenção das firmezas do Terreiro, do Congá.
Parágrafo 1º – Como alternativa poderá ser cobrada uma taxa mensal para a aquisição dos materiais, que não deverá ser superior a R$ 20,00 por mês, para a qual não existirá a possibilidade de isenção, uma vez tratar-se do material necessário à realização das firmezas para manutenção do nível energético do Médium e do Terreiro. Não será necessária esta arrecadação enquanto os médiuns do Terreiro realizarem os donativos.
ARTIGO 13º – Horário das Giras
1 - As Giras noturnas do TEMPLO ESPIRITUALISTA DE UMBANDA CASA DE CABOCLO deverão iniciar sempre ás 18:00 horas e devem terminar até 22:00 horas.
ARTIGO 14º – Limpeza do Terreiro após as Giras
1 - Após as Giras, o Terreiro deverá ser limpo, que consiste em uma varrida na área de Gira e a retirada de todo o lixo, inclusive papéis dos BWC, devendo ser acondicionados no sacos plásticos e colocados em frente ao muro para posterior coleta pelo serviço de coleta de lixo.
TÍTULO IV – DO CORPO MEDIÚNICO
ARTIGO 15º – Qualidade e ética no Terreiro
1 - Entrada de novos Médiuns na corrente.
Quando da entrada de novos Médiuns no Terreiro, este deverá pedir a autorização para ingresso, a Entidade chefe da Gira, a qual designará um membro da hierarquia para prestar as primeiras informações.
2- O médium deverá providenciar todos os materiais necessários aos seus guias de trabalho.
3 – Comportamento das Entidades/Médiuns durante as Giras
Não deverão ser utilizados termos de chulos/baixo calão/palavrões, mesmo em Giras de esquerda não existe justificativa para isso.
Ameaças ou condicionantes aos consulentes/assistência ou outros Médiuns do tipo faça isso porque se não o fizer acontecerá tal coisa ou para que você consiga tal coisa tem que fazer outra, etc., NÃO DEVERÃO SER FEITAS. Guias não estão permitidos a dar informações sobre traição ou desencarne do consulente e/ou familiar.
7 – Princípios religiosos
Reafirma-se os princípios religiosos do TEMPLO ESPIRITUALISTA DE UMBANDA CASA DE CABOCLO de não cobrar por consultas realizadas em GIRA PÚBLICA, não fazer amarração e não separar casais, não utilizar sangue/sacrifício de animais no seu ritual, não realizar trabalhos que visem o mal de qualquer ser vivo nem trabalhos que possam trazer a felicidade de alguém causando a infelicidade de outra ou outras pessoas, bem como preservar a natureza e os sítios energéticos onde se manifestam os Orixás da Umbanda.
8 – Vestuário
O vestuário usado nos trabalhos mediúnicos deverá ser usado exclusivamente para esse fim, na cor branca, não transparente e não muito justo.
Homens: calça branca não transparente, camiseta ou camisa branca e alpargata com sola de corda ou descalço, faixa na cor correspondente ao Orixá e pano de cabeça.
Mulheres: calça branca não transparente e nem muito apertada, saia comprida branca, camiseta ou camisa branca e alpargata com sola de corda ou descalça, faixa na cor correspondente ao Orixá e pano de cabeça.
Nas Giras de Esquerda e nas Giras de Ciganos, será permitido o uso de roupas coloridas, desde que autorizadas pelo respectivo Pai-de-Santo.
Parágrafo 1º – As sanções para o não cumprimento das orientações constantes do presente Regimento Interno, após homologação do Diretor de Terreiro, serão aplicadas pelo Conselho Deliberativo, e serão as seguintes:
1 – Ocorrências com Médiuns, Dirigentes e Assistência
1ª Ocorrência: Advertência verbal
2ª Ocorrência: Suspensão da Gira
4ª Ocorrência: Expulsão do Terreiro
§1 º Ações passíveis de desligamento/expulsão do corpo mediúnico da sociedade após a terceira ocorrência, descrevem as ações que comprometam a segurança individual e coletiva, ocasionado pelo médium ou assistência.
1ª Descumprimento das normas contidas no Regimento Interno, no que diz respeito a vestimenta e/ou comportamentais dentro do templo religioso, ocasionando constrangimento direto ou indireto a terceiros;
2ª Agressões físicas e verbais a membros da sociedade ou assistência;
3ª Ameaças públicas ou subjetivas oficializadas, ou ainda, verbalizadas a membros da sociedade ou assistência;
Parágrafo 3º - Desligamento do corpo mediúnico
§1º Solicitação do médium: A solicitação poderá ser efetuada a qualquer momento mediante folha de solicitação devidamente assinada pelo médium.
§2º Solicitação do desligamento do médium pela Diretoria e/ou Pai-de-Santo: Após a terceira ocorrência o médium será desligado o corpo mediúnico através de comunicação formal por e-mail, mensagem, ligação; informando que a partir daquela data não será mais admitida a presença nos trabalhos espirituais.
§3º Prazo de baixa e retirada de firmezas: concluído o processo de desligamento, a secretaria irá baixar a firmeza em até 7 dias a contar da data de comunicação oficial do desligamento. Caso seja de interesse do médium a retirada do alguidar, este ficará disponível por um período de até 15 corridos. Caso não sejam retirados dentro do prazo, a secretaria fará o descarte energético e físico.
TÍTULO V – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ARTIGO 16º – Quando o trabalho iniciar os Médiuns da corrente devem desligar-se dos problemas materiais e procurar concentrar-se no trabalho que está sendo desenvolvido na Gira, voltando os seus pensamentos apenas para coisas boas e positivas. Quando se trata de energia espiritual, semelhante atrai semelhante.
ARTIGO 17º – Médiuns oriundos de outros terreiros que não sejam da “raiz direta” deverão confirmar o seu Orixá – Pai/Mãe-de-cabeça, através de novo jogo de Obi. Sempre deverá ser refeito o Amaci. O uso de guias, faixas e pano de cabeça somente será liberado após estes procedimentos.
ARTIGO 18º – A confecção de roupa especial para Entidade será permitida desde que com prévia autorização do Pai-de-Santo dirigente da Gira.
ARTIGO 19º - Casos omissos a este regimento, serão analisados pelo Dirigente- Pai de Santo e Diretoria Administrativa.